domingo, 22 de dezembro de 2013

I Coríntios 14.13

I Coríntios 14.13

V. 13 “Pelo que, o que fala em outra língua, DEVE ORAR para que possa interpretar”. Errei por muito tempo na interpretação deste versículo, isto é, se agora o interpreto corretamente. Entendia assim: “O que fala em outra língua (= alguém a falar em outra língua), deve orar par que possa interpretar (= falar na língua dos seus ouvintes o que está falando em outra língua)”.  Achava que Paulo tinha se perdido “um pouco” no que escreveu, pois: “não faz lógica eu interpretar aquilo que eu mesmo falo em outra língua!”  Pois, caso “possa interpretar” (=falar na língua de meus  ouvintes), então: “”Porque vou falar em outra língua para em seguida repetir na língua de meus ouvintes aquilo que disse?”
Pensei que Paulo tinha se atrapalhado. Aliás, sempre que chego a conclusões desse tipo, já sei quem de fato está atrapalhado: “Eu, é  claro, pois as Escrituras não falham!”
         Então, de tanto ler em oração este cap. 14 e o Senhor me assistir com  Sua   graça, (Pois, o que há de bom que não provenha dEle?), acredito que agora entendo o que Paulo escreve. Retornemos ao ao v. 13: “...o que fala em outra língua (=aquele que somente sabe falar outra língua que não a língua comum falada na igreja), deve orar (=pedir ao Senhor) para que possa interpretar (entender o que ouve os outros falado)”. Exemplificando é  o que acontece quando um norte-americano vem para o Brasil e assiste a um de nossos cultos. Visto que só fala o inglês, Paulo lhe recomenda a “...orar para que possa interpretar” (=entender o nosso português).

        Me perdoem a maneira brincalhona de falar, mas aqui (=v.13) Paulo “não está dando moleza” para aqueles que vinham a Corinto só sabendo falar suas línguas estrangeiras. Ele lhes recomenda orar para que entendam (=interpretar para si mesmo) aquilo que escutam. Meus leitores me entenderam? Se não ficou claro, então, mais um exemplo: Caso eu chegasse em Corinto, aplicando a mim o ensino deste versículo, assim entenderia: “Pelo que, o que fala em outra língua (=eu, que só falo português), deve orar (devo pedir ao Senhor) para que possa interpretar (= para que possa entender o que escuto na igreja)”. 

sábado, 12 de outubro de 2013

Pastor condenado à morte por ser cristão é poupado de forma extraordinária.

O testemunho de um pastor que seria apedrejado pelos amigos que descobriram sua conversão ao cristianismo tem percorrido o mundo como um símbolo de resistência à perseguição religiosa e amor a Deus.
Pastor Ibrahim vive num dos países que integram o grupo chamado de Stan Nations, onde a perseguição a cristãos por parte dos muçulmanos é mais intensa, segundo um relatório da entidade Global Advance.
Quando teve sua conversão descoberta por seus amigos muçulmanos, Ibrahim foi avisado que ele seria morto apedrejado, conforme a tradição em que acreditavam, de que um muçulmano que se converte a outra religião deve ser morto.
Num ato de frieza, os amigos do pastor, à época novo convertido, sugeriram que ele se despedisse de sua esposa antes de sair de casa.
A postura de fé de Ibrahim o fez agir de forma diferente: ao sair de casa, despediu-se de sua mulher dizendo que em breve voltaria. Segundo o pastor, ele também gostaria de preservar sua esposa de medo e preocupações, e até de retaliações, caso ela tentasse impedir o apedrejamento.
Levado a um lixão local, Ibrahim foi espancado, e quando um dos amigos ergueu uma pedra para matá-lo, ele passou a orar por seus agressores. O homem que iria iniciar o apedrejamento caiu de joelhos gritando: “Eu não posso matar o homem que está proclamando bênção sobre os meus filhos!”, afirmou.
Esse testemunho do pastor Ibrahim é apenas um dos diversos que acompanham cristãos que vivem sob perseguição ao redor do mundo. Segundo a Global Advance, em países da África, Oriente Médio e Ásia os ataques terroristas contra cristãos tiveram um aumento de 309% nos últimos dois anos.
Ore pela igreja perseguida.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Cap. 14.7-12 de I Coríntios

V.7 “É assim que instrumentos inanimados (inanimados porque não operam por si mesmos), como a flauta ou a cítara, quando emitem sons, se não os derem bem distintos (Por quem os usa), como se reconhecerá o que se toca na flauta ou na cítara?
Com esta comparação Paulo como está a dizer: “Se quem fala emite sons que não são compreendidos (=fala em outra língua?), como se reconhecerá o que diz?”
V.8 “Pois também, se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?” No v.9 a seguir Paulo dá a explicação das analogias que fez nestes vs.8 e 7. Eis o sentido...
V.9  “Assim, vós, se, com a língua (boca), não disserdes palavras compreensíveis, como se ENTENDERÁ o que dizeis?
Está fácil entendermos o que Paulo escreve, não está? Paulo quer que TODOS ENTENDAM o que se fala na igreja. Mas se alguém fala e não é compreendido, eis o que conclui: “Porque estaríeis como que se falásseis ao ar” (final do v.9).  Então prossegue...
V.10 “Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles sem sentido”.
V.11 “Se eu, pois, ignorar a significação da voz, serei estrangeiro para aquele que fala; e ele, estrangeiro para mim. Está muito claro entendermos o que estes versos dizem, pois eles contém idéias completas em si, e não dependem do que é dito antes ou depois. Há pessoas que ao estudarem um assunto ficam aborrecidas se alguém lhes diz uma coisa que é comum e conhecida por todos. Estes dois versículos poderiam ser encarados assim. Mas ao se projetar grandes obras de engenharia também precisamos conferir pequenas equações. Em seu cuidado de tornar tudo claro, Paulo recorda seus leitores o que é comum e conhecido de todos. E há outra vantagem quando assim se procede: Isto cria uma identificação segura entre o pensamento de quem transmite (fala ou escreve) para com quem a recebe (= ouve ou lê). Até nisto Paulo teve cuidado, pois quer que o entendamos completamente. Vejamos novamente o que diz nestes VS. 10, 11: “Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes (línguas) no mundo (= na humanidade), nenhum deles (= dos tipos de línguas) sem sentido (= sem significado). Se, eu, pois, ignorar a significação da voz (= se não conhecer a língua), serei estrangeiro para aquele que fala; e ele, estrangeiro para mim (= sendo que também ele não entende a língua que eu falo)”. E Paulo prossegue...

V. 12 “Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, PARA A EDIFICAÇÃO da igreja”. Neste estudo estamos focalizando apenas o assunto de línguas. Paulo aqui está sendo abrangente a tudo que até então disse ser “PARA A EDIFICAÇÃO da igreja (= dos irmãos); ou seja, os dons espirituais (= I Co 12.810). Mas, especialmente pelo que disse nos VS. 10 e 11 (= que tratam de línguas), poderíamos a mente de Paulo como quem está a dizer: “Eu quero, se possível, que cada um fala na igreja seja entendido por todos”.  Não é sobre isto que diz a seguir...

domingo, 8 de setembro de 2013

I Coríntios 14.6

V.6 “Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei...?”
          Por muitos anos este assunto de línguas, neste cap. 14, era para mim um mistério indecifrável, ...até que vi a simplicidade e clareza do que diz. Entendi todo o assunto quando parei de complicar. E, sem qualquer complicação, o que este versículo está dizendo?  Paulo está dizendo que, se ele, que conhecia uma diversidade de línguas, viesse falando em línguas desconhecidas por eles, em que isto lhes aproveitaria? Em nada. Mas conhecer diversas línguas lhe servia para falar com quem conhecesse UMA destas línguas; E NÃO para se vangloriar falando numa língua desconhecida por todos. Conduzindo esta idéia, escreve no v.19: “Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento (=ou seja, cinco palavras que fala e é entendido),  do que dez mil palavras em outra língua (ou seja, dez mil palavras que fala e seus ouvintes não entendem).
          Digamos que eu fosse como Paulo sabendo falar uma diversidade de línguas. Então chego em uma comunidade que fala apenas a sua língua nativa e me ponho a falar em outra língua (ou outras línguas) a qual ninguém entende. Qual,  pois, a conclusão? Qual “...o fim proveitoso” disto?  Respondo com o ensino de Paulo, a conclusão é: Em que vos aproveitarei? Certamente em nada. E, neste caso,o melhor é ficar calado. É isto que diz no v.28: “Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus”.
          Ora, o que ensina neste v.6 PARECE estar em contradição com o que disse antes. Antes (v.5) disse: “...quisera que todos falásseis em outras línguas”; mas agora aparenta não ver proveito nisto:  “...se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei?(v.6). Para entendermos o que ensina precisamos conhecer o tema, o sentido e a aplicação do que escreve. Nos Vs. 2 e 4 escreve a respeito dos que na igreja “oram em outra língua” (=a si mesmos se edificam). No v.5 escreve da “utilidade de conhecer outras línguas)” (= se comunicar nestas outras línguas). Mas neste v.6 mostra “um modo errado de falar em outras línguas” (=falar publicamente e não se entendido por ninguém).
         Quanto mais estudava este cap. 14 mais ficava claro que a busca de Paulo é a edificação de todos, a edificação da igreja; e  para isto tem de haver comunicação. Onde se falam palavras que não comunicam nada, para que servem? É sobre isto que escreve a seguir:


Continuação de I Coríntios Cap. 14.5

...Foi que Deus lhe capacitou falar “...em outras línguas mais do que todos vós (= dom de línguas), Paulo não está dando um conselho vão. Seu propósito era atender as necessidades da sua época, as necessidades da igreja em Corinto, a qual era levar a Palavra de Deus para as pessoas das mais variadas línguas.
V.5 “quem profetiza é SUPERIOR ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar.” Por muitos anos fiquei sem ter certeza do que estas palavras estão a ensinar, até que vi que neste cap. 14, nesta questão de línguas, “não existe nada que vá além de uma comunidade de irmãs falando nas mais variadas línguas e Deus ter capacitado alguns a compreenderem uma variedade delas (= dom de línguas). Corinto recebia irmãos de todas nacionalidades, e nela todos  participavam com seu testemunho (cp. VS. 27-30). Na igreja em Corinto não se falava a língua dos anjos (Ao que saiba, os anjos não eram membros da igreja; mas, as línguas faladas em todo o império podiam ser ouvidas ali.
PROFETIZAR: Para entendermos nosso texto em pauta, precisamos saber o que é “profetizar”, ou não saberemos o que Paulo está comparando quando diz: “...o que profetiza É SUPERIOR ao que fala em outras línguas...” Profetizar é “anunciar a palavra profética” que inclui o evangelho e as profecias que a Bíblia contém para o futuro.  O mesmo é válido hoje. As Escrituras estão repletas de profecias. Desde Gênesis ao Apocalípse temos profecias que, ainda hoje, aguardam seu cumprimento. Sempre que um discípulo de Jesus anuncia a palavra profética, está “profetizando”.
Com este entendimento retornemos ao nosso texto (v.5): “...quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar”. No v.3 Paulo disse: “O que profetiza fala aos homens, edificando...” No v.4 disse: “O que fala em outra língua a si mesmo se edifica...” Ora, este v.5 é a conclusão lógica e natural do que ensinou nos VS.3 e 4. Pois aquele que “fala aos homens, edificando...” (v.4), é SUPERIOR ao que “ edifica a si mesmo” (v.3). Assim podemos entender o v.5: “O que profetiza (=edifica a igreja) é superior ao que fala em outras línguas (=edifica a si mesmo)”. Mas há uma variante: “...salvo se as interpretar”; pois nesse caso não será inferior, mas IGUAL, pois a igreja será edificada: “entendendo POR MEIO do intérprete (=tradutor), quem fala em outra língua”. É isto que Paulo conclui neste v.5: “...para que a igreja seja edificada”.
          Se a igreja dos papas romanos tivesse seguido esta diretriz de Paulo, jamais teria imposto seu culto em latim e também não teria impedido que a   Bíblia fosse traduzida e divulgada para as línguas das nações, como fez durante muitos séculos.

         


domingo, 21 de julho de 2013

A Luz

A luz tem a capacidade de modificar a visão que temos das coisas que estão sendo iluminadas por ela.  Sem a presença da luz nossos olhos são incapazes de enxergar. Os perigos podem estar bem diante dos nossos olhos e mesmo assim ignorá-los.  A primeira das criações de Deus foi a luz (Gn. 1.3) Assim tudo veio a existir depois que a luz foi criada. Essa foi a visão que Moisés teve quando Deus lhe foi mostrou as obras da criação para que ele registrasse. A outra constatação que se seguiu foi que as luz dissipa as trevas. Ambas existem mas,  são totalmente  antagônicas. Há uma separação que Deus fez entre a luz e as trevas. Essa separação foi a ação imediata de Deus logo a pós te Ele criado a luz. (Gn.1.4).  O salmista (Sl. 119.105) afirma, se referindo a Deus: “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e luz para o meu caminho”.   João, na sua primeira epístola (I Jo.1.5) usando certamente a mensagem do salmista afirma que “Deus é luz e não há nele treva nenhuma”.  E que quando andamos na luz verdadeiramente mantemos comunhão uns com os outros e temos todos os nossos pecados purificados pelo sangue de Jesus (I Jo.1.7). Viva a sua vida iluminada pela verdadeira  luz. Jesus é luz.  Jesus afirma que os seus  seguidores,  iluminados pela sua luz,  são também  luz (Mt.5.14).  Seja luz! Viva com Jesus!                                                                        (Djalma Alves – 21-07-2013)

O que fala (ora) em outra língua a si mesmo se edifica....

          V. 4 “O que fala em outra língua a si mesmo se edifica...”
Quando ouço estrangeiros falando, escuto-os a falar em “outra língua”. Ora, Paulo não está neste versículo considerando pessoas de “outra língua” falando entre si. Está prosseguindo no que disse no v. 2, fala do irmão de língua estrangeira que na igreja fazia a sua oração: “em outra língua... não fala com homens, senão a Deus”. Portanto, com clareza e simplesmente entendemos o que está a dizer: “Que aqueles que em outra língua...não falam a homens, senão a Deus, ...a si mesmo se edificam.” E quem não crê que ao orarmos nos edificamos?
         Nos dias atuais um ensino como este seria um tanto trivial, pois todos sabemos que Deus entende todos que lhe falam, seja em línguas falem. Mas este assunto não foi sempre visto desta maneira. Exemplo de um erro neste respeito se viu na Igreja Católica Romana. Fui criado dentro dela e falo por experiência própria: “Junto com os  demais, sem entendermos nada, recitávamos rezas e cantávamos em latim”. Portanto, falávamos “em outra língua”, mas não éramos edificados, pois não entendíamos o que falávamos. Até hoje lembro o que “rezava e cantava”, sem entender o que dizia. Por inumeráveis séculos Roma impôs que suas missas fossem faladas em latim.

          Este capítulo 14 tem uma propriedade singular em todas as Escrituras do Novo Testamento: É o único que trata da questão de como deve ser a reunião da igreja quando dela participam irmãos que falam línguas diferentes. Portanto, se este capítulo não existisse, as Escrituras nos teriam deixado sem informar como se deve organizar a igreja (=igreja quer dizer: reunião, assembléia) onde participam irmãos que este cap. 14 trata da questão de irmãos falando na igreja em diferentes línguas maternas, em todos os seus detalhes. Nada deixa sem responder. Certamente este comentário mal escavará partes das informações que, pela sabedoria divina que inspirou Paulo, estão escritas neste capítulo. Portanto, não devemos esquecer que nele encontramos resposta completa para a questão.

FALANDO SEM ENTENDER O QUE NINGUEM TAMBÉM ENTENDE



Ora, quando oramos, certamente sabemos o que dizemos. Seria o maior insulto a Deus eu “falar com Deus” e não saber o que estou dizendo. Quando Paulo diz “...visto que ninguém o entende”, se refere aos ouvintes deste que ora “em outra língua” (=uma língua desconhecida para quem escuta), pois Deus conhece todas as línguas).
          Nesta expressão “...em espírito fala mistério” (final do v. 2), entendo que duas coisas Paulo está  a  afirmar. A PRIMEIRA diz respeito “ao que fala e Deus”: “Paulo está declarando que a oração deste que fala em outra língua é legítima, ou seja, aceita por Deus (= “em espírito fala em mistério”, ele e Deus entendem”). A SEGUNDA diz respeito “ao que fala e seus ouvintes”: Paulo quer que os ouvintes, que nada entendem  do que ouvem deste que fala com Deus em outra língua, reconheçam que é recebido por Deus (= “em espírito fala mistérios”. Porque Deus o entende)”.
          E, se alguém perguntar: “O que é mistério?” Respondo: “É tudo o que desconheço”. Se não entendo o que alguém está falando  com Deus,isto para mim é  um mistério.
          NUM exemplo, para ilustrar o que foi dito: Se eu (de novo?!) fosse à igreja em Corinto, assim se aplicaria o v. 2: ...quem fala em outra língua (=eu, que falo apenas em português) não fala a homens, senão a Deus (=em minha oração), visto que ninguém o entende (visto que ninguém me entende quando falo em português), e em espírito (= isto é, no meu entendimento) fala mistérios (=a minha oração, a qual eu e Deus entendemos; mas é mistério para quem me ouve e não entende o português). Portanto, com essa que é uma interpretação bastante coerente e lógica não se acha lugar para se justificar que as pessoas que dizem estar “falando em línguas” ao pronunciar palavras inteligíveis seja (= “em espírito fala mistérios”), como se o que pronunciam seja “mistério” até para quem fala, algo totalmente ilógico. É na verdade alguém FALANDO SEM ENTENDER O QUE NINGUÉM TAMBÉM ENTENDE

domingo, 9 de junho de 2013

CAPÍTULO 14 de I Coríntios:



          V.2 Pois quem fala em OUTRA LÍNGUA não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”.
          V.4 O que fala em OUTRA LÍNGUA a si mesmo se edifica...”
          Vimos no cap. 12 que há o dom de “variedade de línguas”, mas aqui Paulo escreve “...quem fala em OUTRA LÍNGUA”, no  singular, não no plural; portanto, UMA língua apenas. Ou seja, se eu tivesse o dom de falar em diversas línguas (=variedade de línguas), no momento que falasse numa, não estaria, isto é óbvio, falando noutra. Sempre que alguém fala em uma língua diferente da conhecida por outro que ouve, está falando em OUTRA LÍNGUA para este. Assim também, para estrangeiros que não entendem o português, ao me ouvirem falar, estarei falando em “outra língua” para eles.
          Portanto, nestes VS.2 e 4, quem fala em “outra língua” pode ser alguém que fala apenas a sua língua materna. E, ao ser ouvido por um estrangeiro que não a conhece, está a falar em “outra língua”. Isto é o que Paulo diz nestes versos.
Foi uma surpresa para mim quando entendi isto. Sempre lia estes versículos entendendo como a falar dos irmãos que possuíam o dom de “variedade de línguas”. Certamente alguém que fala diversas línguas pode ser incluso neste texto (=basta falar em qualquer língua que não seja entendida por seus ouvintes). Mas hoje estou convencido que Paulo, ao escrever estas palavras, não focalizava os que falavam diversas línguas, mas aqueles irmãos que dominavam apenas a sua língua estrangeira, e vieram a Corinto. Examinemos esta parte do...

          V.2 “quem fala em outra língua não fala a homens senão a Deus, visto que ninguém o entende...” Podemos perguntar: “Quem de nós quer falar uma língua com a qual fala a homens”? E mais: “Será que Deus ensina a alguém uma língua que ninguém mais entende, a não ser quem fala esta “outra língua” e Ele, Deus? Completo absurdo seria dar resposta positiva para estas perguntas. Primeiro porque todas as línguas que se falam tem o propósito de nos dar comunicação. Segundo porque Deus não daria a alguém conhecer uma língua que somente ele e Deus a entendem. Mas então, que devemos entender destas palavras “...não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende...”? Digo que o entendimento é simples, se não queremos inventar complicação no que estão a dizer. Primeiro devemos entender que este que “em outra língua ...não fala a homens, senão a Deus” está orando. O que é orar, senão falar com Deus? E em falando com Deus não falamos com homens.
                                                                                                                Continua...                                             

sexta-feira, 7 de junho de 2013

CAPÍTULO 13 de I Coríntios:



          V.1 “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos...”  Para o propósito deste estudo destacamos isto: “Paulo está se referindo a todas as línguas faladas pelas criaturas inteligentes: homens e anjos”,Que as línguas faladas pelos homens somam uma grande diversidade, isto ninguém questiona, e que os anjos tenham seu linguajar próprio (desconhecido de todos nós), isto também não se questiona. Não temos, portanto, dificuldade de saber quais são estas línguas aqui citadas por Paulo. Cabe destacar, quanto ao assunto que focalizamos (=línguas, na igreja em Corinto), que Paulo não está afirmando que fala a língua dos anjos. O que escreve é “...ainda que falasse (não está afirmando que fala) as línguas ...dos anjos”. Passemos ao versículo seguinte que trata de línguas...
          V.8  “...havendo línguas, cessarão...”  Um pouco estranha esta afirmação, mas verdadeira e fácil de se entender. Paulo está dizendo que as “línguas (=faladas entre as nações do seu tempo) CESSARÃO. Hoje, quase dois mil anos depois, podemos confirmar a verdade do que disse. E, para exemplo, tomemos a principal língua falada em seus dias, o koiné. Era a língua grega daqueles dias, a qual se falava em todo Império Romano. Nela se escreveu todo o Novo Testamento. Mas esta língua CESSOU, ninguém mais a fala. Hoje os estudiosos desta língua, para o propósito de entenderem o NT, não sabem a pronúncia exata das palavras quando a língua era falada. O grego da Grécia de hoje é outro. Também o latim, a língua romana, é praticamente morto. Hoje em Roma se fala o italiano.

          NOTA: Quero deixar ao meu leitor um método de estudo que muito tem me ajudado, e é este: “Quando estudo um assunto difícil para mim, começo sempre pelo que é fácil e certo. Gravo na memória o que aprendo, não tenho pressa. Com o que aprendi vou em frente, não procurando o que mais difícil, mas o fácil e certo. E de novo memorizando bem. Assim muitas vezes consigo entender tudo, tudo fica fácil e certo”. Ora, sei que todo bem que possuímos é graça que Deus nos dá (=ou alguém criou seu próprio cérebro?) Também é graça de Deus se pudermos entender estes escritos de Paulo. 

domingo, 26 de maio de 2013

CAPÍTULO 12 de I Coríntios:




          PASSEMOS AGORA ao estudo dos versículos que tratam de “línguas” na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios. Vale recordar que nela se completa tudo o que o NT trata sobre o assunto. E o primeiro texto onde aparece algo a respeito está no capítulo 12, onde lemos:
          V.4 “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo...
          V.7A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso.”
          V.10 “... a um, variedade de línguas e a outro, a capacidade de interpretá-las.
          Por que anotamos apenas parte de três versículos e não todo o texto? Porque este estudo precisa ser um trabalho o menor possível, mas que permita comunicar com clareza a interpretação que damos a cada parte. E mais, este estudo pressupõe boa familiaridade por parte do  leitor com estes escritos de Paulo. Vejamos o que nos ensinam estes versículos:
          Eles nos dizem que é um “dom” (=dádiva, presente, v.4) que “a manifestação do Espírito concede” (v.7) a um discípulo falar uma “variedade de línguas” (v.10). Em outras palavras, isto nos diz que alguns crentes da igreja ganharam, por obra do Espírito, o domínio de conhecerem e falarem em diversas línguas (=dom de línguas).
Um exemplo prático disso seria eu, que só falo português, aprender Yanomami e cricatica, línguas de tribos indígenas aqui da Amazônia. Os “dons” (v.4) foram dados “visando um fim proveitoso” (v.7); e, certamente, o “fim proveitoso” de um discípulo “falar outras línguas” é poder comunicar o evangelho para pessoas que só falam “outra língua”. Eu, muito preguiçoso, quero que os aborígenes amazônicos aprendam o português, para então ouvirem o evangelho. Mas nem todos pensam como eu; e Paulo também não concordaria com esta opinião. Em Corinto, para onde afluíam pessoas de todas as nações, um cristão que falasse diversas línguas, teria maior utilidade do que alguém como eu, que só falo o português. Também de nada me aproveitaria falar yanomami, se esta língua servisse apenas para ocupar minha memória, não tendo outros com quem me comunicar. Paulo é um homem prático, ele destaca “a manifestação do Espírito é concedida a cada um visando UM FIM PROVEITOSO” (v.7).  Lemos no ...
          V.10”...a outros a capacidade de interpretá-las”.
Quando duas pessoas de línguas diferentes querem se comunicar, como fazem? Não podem, pois uma não entende a outro. É necessário um interprete que conheças as duas línguas. E mais que isto. Há quem sabe falar bem em duas línguas, mas quando tem de traduzir o que ouve em numa língua, falando o que ouve noutra, não se sai bem. Quem consegue comunicar a idéia completa do que ouve numa língua, falando em outra, é um intérprete. E Paulo aqui nos diz que o Espírito Santo capacitou a alguns irmãos na igreja em Corinto a serem intérpretes, dando-lhes a “capacidade de interpretar”.

          CORINTO e JERUSALÉM. Agora UM FATO se torna extremamente curioso, se compararmos Corinto com Jerusalém. No dia de Pentecostes, quando os discípulos “...passaram a falar em outras línguas” (At 2.4), NÃO HOUVE NECESSIDADE de intérpretes. Os ouvintes disseram: “Vede, não são galileus todos esses que ai estão falando? Como os ouvimos falar, cada um de nós em nossa própria língua materna?! (At 2.7 e 8).  Portanto em Jerusalém não se fez necessário intérpretes. Mas em Corinto, no primeiro versículo que menciona línguas, já é dito: “...a um, variedade de línguas e a outro, a capacidade de interpretá-las” (I Co 12.10). Portanto, há uma diferença; pois na igreja em Corinto ERA NECESSÁRIO INTÉRPRETES. O que Paulo escreve no cap. 14, tudo esclarecerá. O texto seguinte da carta que menciona línguas é o...

          V.28  A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos em segundo lugar profetas; em terceiro...; depois dons de... variedade de línguas”.
Nosso comentário deste verso se limita a dizer que “variedade de línguas” era um “dom” que Deus concedeu a “uns ...na igreja” atendendo ao propósito de a estabelecer (=organizar). O que é este “dom de variedade de línguas”, Paulo nos dirá no capítulo 14.
          V.30 “...Falaram todos em outras línguas? Interpretam-nas todos? Esta é uma forma de perguntar já respondendo; e a resposta é: “Nem todos”. Isto confere com o que escreveu no v.29: “São todos apóstolos? Ou, todos profetas? Etc...” Visto que Deus estabeleceu na igreja “primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; etc...” é evidente que nem todos são apóstolos; nem todos são profetas; etc..: nem todos falam outras línguas; e nem todos interpretam-nas.

sábado, 11 de maio de 2013

LÍNGUAS EM CORINTO...



         UM POUCO DE HISTÓRIA:
          Para melhor entendermos sobre “Línguas na Igreja em Corinto” vejamos, primeiro, um pouco de sua história.
          Corinto era uma cidade portuária a beira do mar Egeu. A cidade Foi destruída em 146 aC pelos romanos, mas restabelecida como colônia em 44 aC. Nos dias de Paulo era a capital da província da Acaia e sede do proconsulado romano que governava a parte sul e central da Grécia. Construída num istmo estreito de terra que unia a Polinésia com a Grécia principal, era banhada pelo Golfo de Corinto. No auge da sua prosperidade comercial muito ativa, tinha uma população estimada em duzentas mil pessoas livres e quinhentas mil escravas. Era um centro do comércio marítimo e da navegação militar do Império Romano, que tudo dominava naquela época. Para ali afluíam todas as etnias, gentes de todas as nações do Império Romano. Isso significava que ali se encontravam pessoas que falavam as línguas dessas nações. Embora fosse o latim a língua de Roma e de todo o seu sistema militar e jurídico que regia o império, não era a língua comum de comunicação entre os povos do império. Esta era o KOINÉ. Isto porque antes do Império Romano o mundo fora dominado pelo poder  grego; que popularizou em todas as terras a sua forma de linguagem. Portanto a língua grega de então, conhecida pelo nome de koiné, era como a língua inglesa hoje entre os povos. Se você fala inglês encontra quem te entende em qualquer nação do mundo. A cidade de Corinto era uma cidade de origem grega, ou seja, o koiné era a língua nativa (nesta se escreveu todo o Novo Testamento). Em sua segunda viagem missionária, Paulo permaneceu ali durante os anos 51 e 52 dC.
          CERTAMENTE o evangelho reuniu num só corpo, convertidos dentre todas as nações. Na igreja se reuniam todos que criam no Senhor Jesus fossem de origem de qualquer nação ou raça. E a igreja em Corinto enfrentou, em extremado grau, a dificuldade de ter inumeráveis membros falando apenas as suas línguas maternas.
Imagino eu, que só falo português, entrando na igreja em Corinto. Mas, para que não fique só na busca de entender o que se passou na igreja em Corinto, convido meu irmão leitor destas linhas, a se imaginar também, entrando lá e participando da vida da igreja. Talvez o irmão tenha mais graça que eu e conheça a língua grega na qual Paulo escreveu as cartas. Então teria grande vantagem. Mas se não, se fosse como eu, o aperto ia ser grande. Como grande deve ter sido para um irmão que, supondo, tenha vindo das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene (cp. At 2.10), entrar numa igreja onde muitos falam apenas as suas línguas e uma diferente das outras, ...eu acho que era melhor nem sair de casa. O que você acha? Para quem não gosta de complicações talvez seja isto uma boa ideia, mas não é assim que agrada ao Senhor, que nos uniu num só corpo. A dificuldade tem de ser enfrentada; embora as coisas não lhes foram fáceis. E nós, somos de menor coragem que eles?
         Bom, podemos dizer: “Na minha igreja aqui no Brasil não temos estes problemas, portanto, deixemos as dificuldades com quem as tem”. De fato, as coisas podem ser tratadas assim, mas se quisermos compreender o que se passou quanto as “diversas línguas” faladas na igreja em Corinto, não podemos ignorar esta dificuldade que enfrentaram. Aliás, foi motivo de Paulo tratar em sua primeira carta “a questão de irmãos falando em outras línguas na igreja”. Então, os escritos de Paulo aos coríntios podem e de fato são úteis para nós hoje; pois normatizam a nossa conduta na igreja quanto a questão de línguas.
          Foi por volta do ano 57 dC, quando, de Éfeso, Paulo lhes escreve a primeira carta. A igreja em Corinto foi fundada por seu trabalho evangelístico; e também cresceu e se edificou por seu ministério. Tudo ali lhe Ra familiar (At 18.1-11). MAS, se as coisas que aconteciam naquela igreja eram familiar para Paulo, seriam para nós hoje, leitores daqueles escritos? Para um membro daquela igreja ao ouvir as cartas, tudo lhes soou coerente, pois tratavam dos fatos como ocorriam por lá. Nada naqueles escritos lhe era descabido ou sem sentido. E o fato de sabermos que na igreja em Corinto participavam irmãos provenientes das mais diversas nações, só falando suas línguas de origem, é fundamental para sabermos o que passava por lá, e entendermos o que Paulo escreve sobre línguas na igreja. E MAIS, visto que hoje, devido a este assunto de línguas, a igreja de nosso Senhor Jesus Cristo se encontrar dividida devemos examiná-lo com especial atenção.
          NOTA: Hoje conhecemos muitas e diferentes interpretações que cristãos sinceros dão aos escritos sobre “línguas” em Pentecostes e na igreja em Corinto. Certamente não podem TODAS estar certas se interpretam de modos diferentes; pois a verdade é singular, é uma coisa ou outra. Devemos buscar a verdadeira interpretação das Escrituras em todos as seus ensinos.  Se a minha interpretação (ou parte dela) não for igual ao entendimento que o Espírito Santo deu ao escrito sacro no que escreveu, certamente será reprovada. Portanto, ainda que me credencie estar interpretando corretamente determinado texto ou assunto das Escrituras, é dever de prudência meu “examinar as interpretações dos outros irmãos”. Devemos examinar as interpretações não de má vontade, mas creditando a possibilidade de a minha interpretação estar confundida. Tenho feito isto. Se alguém ao ler este estudo aprová-lo, mas ainda não conhece as interpretações diferentes desta, então, da minha parte, recomendo que examinem. Examinem e conheçam bem todas as interpretações que cristãos sinceros dão a estes escritos de Paulo. Nossa fé deve ser apoiar em CONVICÇÃO, não em fanatismo.

LÍNGUAS NO CÉU...




          Creio que assim acontecerá conosco quando chegarmos no céu. No céu, assim que chegue lá, creio que poderei conversar com quaisquer dos santos irmãos. Poderei falar com Abraão ou Abel, os quais aqui na terra falavam  outra língua que não o meu português. Se no céu eu puder falar apenas com os irmãos que falam a língua portuguesa, como falarei com os irmãos do passado? Ao me encontrar com Paulo, autor da primeira carta aos Crentes em Corinto, e lhe pedir confirmação do que dela entende neste assunto de língua, será que podemos conversar e nos compreender, sem necessidade de intérpretes? Eu creio que sim. E por que? Porque o Espírito Santo tem DEMONSTRADO  que tem o  poder de transformar as frases que eu falar em português para qualquer outra língua (como aconteceu no dia de Pentecostes). CERTAMENTE não posso garantir que no céu a comunicação entre os santos será como estou declarando. Lá, talvez, todos aprendamos uma “nova língua”, comum a todos; também isso é possível e provável. Mas um fato é verdadeiro: “No céu teremos a continuidade do viver que aqui tivemos em comunhão com o Senhor. Ou seja, em chegando lá, não perderei o conhecimento de tudo que aqui na terra tive. No céu saberei falar meu português como agora falo. Isto pode ser confirmado de muitos modos pelas Escrituras. Um destes é comparando com o que aconteceu com o Senhor Jesus após a Sua ressurreição. Ao se apresentar ressurreto aos discípulos, falava e os reconhecia como antes da Sua morte (cp. Lc 24.39). Ora, isto confirma que no céu não perderemos nossa experiência de vida que aqui tivemos incluindo a língua (ou línguas) que hoje falamos.
          Então, para finalizar, digo que uma possibilidade de como nos comunicaremos no céu é se repetir o que aconteceu em Jerusalém, no dia de Pentecostes. E de que forma isto será: “Eu o compreenderei como a me falar em português; e ele, me compreenderá como a lhe falar em sua língua, seja ela qual for”. BOM, isto é o que posso imaginar tomando por base o que aconteceu em Jerusalém. Só espero que no céu não tenha necessidade de INTÉRPRETES, para que possa falar com meus irmãos que não falam português.
          

PENTECOSTES X “PENTECOSTAIS”


NÃO FIQUE TRISTE PORQUE O QUE ACONTECEU EM PENTECOSTES NÃO ACONTECE MAIS HOJE

          E longe de mim, FICAR TRISTE, porque isto não acontece. O Espírito sabe o que é melhor para um discípulo de Jesus. Alias, o Espírito somente opera a vontade do Senhor Jesus Cristo, que está a direita do Pai, com toda autoridade nos céus e na terra “...até que ponha os seus inimigos por estrado dos seus pés” ( I Co 15.25). Portanto, é deixarmos de seguir a Jesus se acreditamos que hoje o Espírito está repetindo o que fez em Pentecostes. Em Jerusalém, com ouvintes de muitas nações ali presentes, NÃO HOUVE INTÉRPRETES, porque todos ouviram em sua língua materna cada discípulo de Jesus que falava.

PENTECOSTES   X  “PENTECOSTAIS”

          O que se percebe nas denominações “pentecostais” se compararmos com o que aconteceu no dia de Pentecostes lá Jerusalém, é que não há qualquer semelhança. De fato é mesmo muito estranho e somente para quem não conhece a Bíblia e nem o que aconteceu em Pentecostes para apontar qualquer semelhança. Somente se explica os ruídos produzidos pelos irmãos “pentecostais” chamados por eles de “línguas estranhas”  como algo meramente psicológico produzido por pessoas sugestionadas e embora algumas sinceras (tanto as que sugestionam quanto as sugestionadas). 
          Lá em Pentecostes, quem falava, entendia o que falava e falava na sua própria língua materna e quem ouvia, o fazia na sua própria  língua materna fosse ela qual fosse. Ah! E as línguas de Pentecostes eram línguas de nações.
          Cá, (entre os pentecostais) como não se trata de línguas, e sim de alguns sons inteligíveis e não compreensíveis nem por quem fala e nem por quem ouve, chamam-na de “línguas estranhas”. De fato são estranhas mesmo. Na verdade nem língua são. Ou chamam de “língua dos anjos”. Quem sabe qual a língua por meio da  qual os anjos se comunicam?  Claro que os anjos se comunicam. Como ninguém sabe qual é a língua dos anjos, fica bem cômodo chamar  a “língua estranha” de “língua dos anjos”. 
          Há outra forma de se referir aos estranhos sons produzidos em êxtase  pelos irmãos “pentecostais”: “falar em mistérios”.  É de fato um grande mistério. Ninguém sabe nada. Nem quem fala sabe nada do que se trata e nem quem ouve também. E ainda afirmam que quem está “falando em línguas” está sendo edificado, embora não saiba e nem entenda nada do que está “falando”.
          Toda esta confusão e todos estes equívocos lamentáveis se dão porque se associa o que aconteceu em Pentecostes com o que trata  o Apóstolo Paulo na sua  primeira carta aos coríntios, nos capítulos 12-14. E por se fazer essa associação equivocada, algumas interpretações também equivocadas são feitas. Já analisamos minuciosamente o fenômeno acontecido em Pentecostes. Agora vamos analisar o que Paulo escreveu em I Co 12-14.

domingo, 5 de maio de 2013

LÍNGUAS, NA IGREJA EM CORINTO




          Agora passemos a estudar sobre línguas no que está exposto na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios.
             Temos estudado no livro de Atos dos Apóstolos sobre a maravilha de os discípulos de jesus Cristo falarem em línguas no dia de Pentecostes (At 2.1-15). Vimos que o milagre de falarem em línguas consistia em o Espírito Santo operar de tal modo que “um discípulo que falava era ouvido (simultaneamente e sem intérpretes) em todas as línguas; sendo que cada ouvinte ouvia apenas na sua língua de origem”. Sabemos que isso só foi possível porque Deus operou um milagre. Humanamente, isso não seria possível. Se isso se repetisse hoje, então, um discípulo de Jesus ao falar, seria ouvido falando apenas na língua japonesa, para um japonês que ali se fizesse presente; se ali tivesse um alemão, este ouviria aquele mesmo discípulo falando em alemão, e um francês ouviria na sua língua francesa, etc... Outra coisa importante: O discípulo em questão se ouviria falando na sua língua materna e entenderia perfeitamente o que estava a dizer (por exemplo, um discípulo brasileiro que fala português) Trata-se de um fenômeno que até para entendermos como aconteceu é um tanto difícil; por ser fora da possibilidade humana de ser imitado. Sempre, no livro de Atos, que o Espírito concedeu aos discípulos falarem em “outras línguas”, foram ouvidos falando na língua materna de seus ouvintes, enquanto eles próprios se ouviram falando na sua língua materna (É o que concluímos no estudo: “Línguas, em Jerusalém”). Portanto, por assim ser, não houve intérpretes.
          Quando pessoas que falam línguas diferentes se encontram e não conhecem a língua um do outro, não conseguem se comunicar, visto que uma não entende o que a outra fala. As coisas são assim desde a torre de Babel, quando Deus confundiu a linguagem dos homens, operando que grupos de pessoas falassem línguas diferentes, e assim, uns não entendiam os outros. Como não tiveram tempo de aprender as línguas dos outros, não havendo intérprete(=alguém que conhece duas línguas, para servir de tradutor entre os que falam apenas suas línguas de origem), pararam o seu projeto de construírem a torre e se dispersaram.
           Verdade que hoje, graças aos recursos disponíveis, a humanidade tem ganho enorme facilidade em aprender as línguas uns dos outros. Não faltam intérpretes. Nas conferências internacionais QUEM FALA pode ser ouvido, por meio de tradução quase simultânea (=usando os sistemas eletrônicos de comunicação: microfones, amplificadores, fones de ouvidos, etc...), na língua de seus ouvintes. Portanto hoje, com intérpretes e os recursos tecnológicos que Deus nos tem concedido, a humanidade pode superar facilmente esta dificuldade de comunicação.
          Mas a grande maravilha de Pentecostes ainda sobressai como um fato inigualável na história da humanidade: Se hoje o Espírito concedesse a um discípulo de Jesus falar em outras línguas como aconteceu naquele dia em Jerusalém, e ele fosse um orador numa conferência internacional, de nenhum intérprete necessitaria, pois seria ouvido a falar diretamente na língua de origem de cada ouvinte. Mas não se tem visto nada igual acontecer. E por que? Porque os discípulos de hoje não tem fé? É certo que não é por isso, pois quando os discípulos em Jerusalém falavam perante a multidão (=aquela foi uma reunião internacional), nem eles pensavam nada a esse respeito; não tinham, portanto, o mínimo de fé (entenda-se aqui por fé, como sendo alguém confiar nas promessas que Deus fez). Em Pentecostes Deus, ao operar que os discípulos falassem(simultaneamente e sem tradutores) nas línguas de todas nações representadas, não fia “fé” em nem um daqueles discípulos. Simplesmente, em Sua soberania, o Espírito Santo operou este milagre.
          Visto que hoje o Espírito não está realizando o mesmo que operou naqueles dias, não vou dizer que Deus tenha perdido o seu  poder; mas que NÃO QUER repetir o que fez. Portanto, não vou discutir o “por que Deus não está hoje concedendo aos discípulos de Jesus falarem em outras línguas como em Pentecostes”. O primeiro fato que um discípulo de Jesus deve saber é que Deus é sábio, sabe o que faz. Segundo, um discípulo de Jesus tem por seu maior atributo ser verdadeiro, ou seja, andar na verdade; e  não ser enganado seguindo mentiras. E a verdade é que Deus hoje não está operando o que realizou no dia de Pentecostes.
                                                                           (Continua na próxima postagem)


terça-feira, 9 de abril de 2013

Atos 2.14 e 15


Atos 2.14 e 15: “Então se levantou Pedro, com os onze: e, erguendo a voz advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto, e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia”.

          “...sendo esta a terceira hora do dia”. Os judeus contavam doze horas para o dia e doze horas para a noite. As horas do dia começavam a contar às seis horas da manhã, e as horas da noite às seis da tarde. Assim, quando Pedro diz: “...sendo esta a terceira hora do dia”, eram  nove horas da manhã.
           “Então, se levantou Pedro com os onze”. Como vimos no v.2, toda assembléia estava assentada. Agora “Pedro com os onze” E LEVANTARAM, nos mostrando que os fatos descritos do v.2 ao 13 se passaram estando eles assentados.
           “Pedro com os onze...”Convém observar que se levantou apenas o grupo apostólico. Naquela assembléia estavam Tiago, José, Simão e Judas, filhos de José e de Maria (At 1.14, Mc 6.3), afora outros discípulos. Mas estes não se levantaram.
          “Pedro...erguendo a voz”. Se antes “falavam”, agora é necessário ERGUER avoz, para alcançar a multidão que, possivelmente, ia aumentando.
          “Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando”. Pedro se refere aos que estão de pé: “...estes homens”, aqueles que com ele se levantaram. Para uma multidão assistente avistando aqueles DOZE homens Pedro teria sido injusto com os demais (=os que permaneceram sentados), ao especificar que somente aqueles em pé foram  os que falaram “...em outras línguas” (e por isto serem acusados de estarem embriagados). Poderiam imaginar que Pedro assim falou com o intuito de trazer aquela acusação de estarem embriagados apenas sobre o grupo apostólico. Mas isto não faz sentido, pois logo se saberia que ninguém alí estava embriagado. Portanto, segundo este verso, apenas os membros do grupo apostólico, até este momento, são os que falaram “em outras línguas”. Recordando o que diz o v.4: “passaram a falar... segundo o Espírito Santo concedia”, COM estas palavras de Pedro: “...estes homens não estão embriagados como vindes pensando”, o que podemos GARANTIR é que “estes homens” ( = o grupo apostólico) é que falaram”...em outras línguas”.
          MAS não há nem uma razão para questionarmos sobre quem falou em outras línguas, naquela assembléia de mais de cem pessoas. Isto porque sabemos que: “QUEM FALOU se ouviu falando na sua própria língua de origem: QUEM OUVIU os discípulos falando, os ouviu na sua própria língua de origem (=ainda que a língua de origem de quem falava fosse diferente da língua de origem de quem ouvia)”. Assim aconteceu em Pentecostes.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Que isto quer dizer?


  Atos 2.12: “Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que isto quer dizer?”
         
          Estas mesmas palavras “...atônitos e perplexos”  foram ditas nos versículos 6 e 7 deste mesmo capítulo e comentados. A pergunta feita: “...Que isto quer dizer?”  é respondida por Pedro logo a seguir nos vs. 14-36.

Atos 2.13: “Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados.”

          Não há necessidade de explicação sobre o que este versículo está nos dizendo, ou seja, que parte da multidão atribuiu que aqueles que falavam estavam bêbados. Isto é o que este versículo nos diz. No entanto, quando se busca entender o POR QUE DISSERAM ISTO, este versículo se torna um dos mais difíceis de ser entendido. Assim vejamos:
     O que motivou parte da multidão (=”outros”) a afirmar: “Estão embriagados!”, enquanto os demais diziam “os ouvimos falar...das grandezas de Deus”?  Quem já presenciou conversa de bêbados, bêbados mesmo, sabe que só falam bobagens ou coisas que ninguém entende. Portanto, se os discípulos falaram coisas sem cabimento ou que ninguém entendeu, em qualquer destes casos poderiam ser comparados a bêbados.  Será que uma parte da multidão não entendeu o que os discípulos falaram? A verdade é outra: Todos ENTENDERAM o que ouviram, pois disseram: “os ouvimos falar, CADA UM em nossa própria língua materna” (=v8). Estes da multidão que os consideraram “embriagados”, não ignoravam o milagre que estava acontecendo: “Um mesmo falante ser ouvido, a um só tempo, em muitas línguas”. Aqui este versículo se tornou muito difícil de ser entendido. Pois, por qual razão, sendo que entendiam tudo que ouviram, disseram “Estão embriagados!”
   Resta examinar se os qualificaram de “embriagados” considerarem igual a bobagens “o ASSUNTO que os ouviam falando”, Eu creio que sim. Vimos, no comentário do v. 11, que o ASSUNTO daquelas “grandezas de Deus” faladas ali EXALTAVAM a Jesus como Senhor dos céus e da terra, com toda autoridade de Deus em Suas mãos. EXATAMENTE isto é que levou parte daquela multidão a dizer: “Estão embriagados”. Estes não podiam aceitar que “Jesus ,aquele galileu que muitos o aclamaram como rei dos judeus, ao qual Pilatos mandou matar crucificado, fosse aqui exaltado VIVO, REGENDO as hostes de Deus”. Isto era demais para eles: não podiam acreditar nas coisas que ouviam. Então, “...zombando diziam: Estão embriagados”. Mas nós sabemos que esta é a verdade de Deus até agora, e o será para sempre.
           

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

QUANTOS FALARAM E EM QUE ORDEM FALARAM


          QUANTOS FALARAM E EM QUE ORDEM FALARAM

         Quanto ao NÚMERO examinaremos se foram todos, ou muitos, ou poucos que falaram “em outras línguas”. Quanto à ORDEM, examinaremos se falaram todos ao mesmo tempo, ou em grupos, ou um após outro.   
          Aquela assembléia dos falantes era constituída de umas cento e vinte pessoas. Se todos falaram ao mesmo tempo, creio que nem uma palavra poderia ser distinguida pela multidão assistente. Cento e vinte pessoas que se pusessem,TODOS a falar ao mesmo  tempo, só Deus poderia entender o que cada um estivesse dizendo. O v.8 diz: ”...os ouvimos falar, ‘cada um’ na nossa própria língua materna...”  Se isso aconteceu é porque ocorreu da forma natural da comunicação  humana: “Se muitos precisam falar e serem ouvidos, FALE UM DE CADA VEZ”. E, para esta regra não há exceção. Isto porque não existe criatura humana que entenda DOIS que lhe falem ao mesmo tempo. Deus, como nosso Criador, que é, não nos deu a capacidade de entendermos duas pessoas nos falando ao mesmo tempo. Em Pentecostes houve muitos falantes, como atestam os vs. 4,6,8,11 e 15; mas certamente falaram UM APÓS OUTRO. Isso porque a multidão ENTENDEU o que falaram, por isso disseram: “...os ouvimos falar em nossas próprias línguas, das grandezas de Deus”.
          Em bora a argumentação acima se baseou na experiência comum da raça humana, qual seja, que temos a capacidade de ouvir somente uma pessoa falando conosco; Encontramos a confirmação desta verdade em I Co 14, justamente onde Paulo está tratando da ORDEM dos que falam na igreja. No v. 27 ele diz: “no caso de alguém falar em outra língua (note que aqui a palavra está no singular: OUTRA LÍNGUA), que não seja mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente...”  Paulo ensina que fale um, depois outro, depois um terceiro, isto é, SUCESSIVAMENTE. No v. 30 diz: “Se vier revelação a outrem, que está assentado, cale-se o primeiro...”; desta palavra só nos interessa um detalhe, que é este: “Paulo não permite, na igreja, que dois falem ao mesmo tempo”. No v.31 diz: “Porque todos podeis profetizar, um após outro...” Certamente que em Pentecostes as coisas não foram pior que em Corinto. Se em Corinto dois não deviam falar ao mesmo tempo, mas, “um após outro”, certamente assim ocorreu em Pentecostes.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

EM QUE LÍNGUA, CADA UM QUE FALOU, SE OUVIA FALANDO?





          Essa é a oportunidade de tentar responder a esta pergunta. Tomemos por exemplo, a Pedro. Possivelmente foi um dos que falaram em “línguas”. Em que língua se ouviu falando? Quando chegar no céu, saberei em que língua falou. Mas para não ser reprovado quanto ao que entendo hoje desta Escritura, preciso acertar enquanto estou aqui. Da minha parte respondo que , se Pedro foi um dos falantes, tudo o que falou, se ouviu falando no seu velho idioma de origem, a linguagem comum da Galileia.
E isto por três razões:

1.     Seria incoerência, “a multidão dos ouvintes ENTENDER tudo em suas línguas de origem o que os discípulos falaram, se eles próprios não tenham ouvido a si próprios na sua língua de origem, ou seja, a linguagem da Galileia. A multidão de ouvintes reconheceu e disse: “Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando?
2.     Convém notar que, entre a multidão, certamente havia aqueles que da Galileia tinham vindo a Jerusalém para a festa de Pentecostes. Para estes tudo lhes soou normal. Lucas não os inclui naquela lista de ouvintes (vs. 9-11), porque eram galileus ouvindo seus conterrâneos.
3.     Nenhum dos discípulos que falaram saiu a procura de saber o que disse, o que falou. Isto me convence de que os discípulos, por serem galileus ouviram a si mesmos na sua língua de origem.

Sendo que os discípulos ouviram a si mesmos falando o idioma a que eram habituados,  podemos indagar: Como, então as Escrituras garantem que eles “...passaram a falar em outras línguas”(v.4)? Penso que não foi fácil para Lucas descrever o que aconteceu. Ao compreendermos seu escrito, daremos razão a forma como escreveu. Se me fosse dada a tarefa de narrar o que aconteceu em Pentecostes, em tão poucas palavras com fez, não seria capaz de melhorar o que está escrito. Portanto, verdadeiramente as Escrituras nos dizem que, aqueles que falaram “...passaram a falar em outras línguas”, pois isto foi a obra do Espírito Santo fazer com que “aquilo que os discípulos falaram chegasse aos ouvidos de cada ouvinte na língua de sua nação de origem”. PARA CADA OUVINTE, eles verdadeiramente FALARAM em sua língua materna. Falaram e eram ouvidos simultaneamente em DEZESSEIS diferentes línguas (=pois devemos incluir os GALILEUS entre a multidão assistente).

Sendo assim, em que consistia este FENÔMENO de falarem em “outras línguas” cientificamente falando? Consistia nisto: Aquilo que Pedro falava, tomemos a ele como exemplo, era transformado em frases na língua de cada ouvinte. Claro que isto a ciência humana não tem capacidade de realizar. Mas esta obra foi realizada pelo Espírito Santo. Visto termos mais tempo que Lucas, vamos repetir o que acabamos de dizer: foi obra do Espírito Santo fazer com que “o som das palavras saída das bocas de cada discípulo” chegasse aos ouvidos de CADA OUVINTE, em palavra de sua língua de origem, (o dom não era de OUVIR, mas de FALAR). Aos ouvidos de um romano o Espírito Santo transforma para o latim. A um árabe, na sua língua árabe. A cada um na sua própria língua.
          É importante entendermos que cada um que falou, simultaneamente foi ouvido em dezesseis línguas diferentes. Isto prova ser correta a forma que Lucas escreve: “...passaram a falar em outras línguas” (v.4). Isto não é a mesma coisa quando uma pessoa fala numa língua, e depois em outra, e mais outra, etc., não! Em Pentecostes, quem falou foi ouvido em dezesseis línguas diferentes. Por isto Lucas escreve dos que falaram: “...passaram a falar em outras línguas...SEGUNDO o Espírito concedia que falassem” (v.4).

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Os ouvimos falar em nossas próprias línguas




Atos 2.11: “tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?”
          “...tanto judeus como prosélitos...”.   Esta expressão está adjetivando a citação anterior que é “romanos que aqui residem”. Quando Lucas escreve dizendo: “...tanto judeus”, está se referindo a judeus romanos. Quando diz “romanos...prosélitos”, está mencionando a gentios romanos que aderiram à fé judaica.
          E o v.11 prossegue nomeando os dois últimos desta lista:  “...cretenses e arábios”, totalizando a soma de QUINZE línguas faladas entre as nações daquela época. Lucas destaca que eles continuam a se perguntar:
          “...como os ouvimos falar, em nossas próprias línguas, das grandezas de DeusEsta é a terceira vez que as Escrituras nos destacam esta verdade. Antes a aprendemos pelos vs. 6 e 8. Bem por isto nos importa repetir: Cada um que FALOU foi ouvido, e ENTENDIDO, por toda a multidão presente. Cada um dos presentes, OUVIU “...na sua própria língua”.  Cada estrangeiro da multidão ouviu aqueles falantes como se fossem conterrâneos seus.  Ora, isto é um milagre que somente Deus tem o poder de realizar. Gostaria de ver isso acontecer hoje.  Que hoje se reúnam pessoas de diferentes línguas maternas e alguém tente REALIZAR o que aconteceu em Pentecostes. Alguém fale e, sem intérpretes, seja ouvido por brasileiros, russos, italianos, poloneses etc.... “cada um ouvindo-o em sua própria língua”. Certamente Pentecostes não tem repetições hoje. Foi uma maravilha operada por Deus com um propósito certo que nos convém conhecer.
          “...os ouvimos falar das grandezas de Deus”.  Procuremos agora saber sobre quais “...grandezas de Deus”  falaram?
          Lucas não nos diz o que ou quais eram estas “grandezas de Deus” ai faladas, mas tanto os que falaram quanto os que ouviram, sabiam do que se tratava.  E por que não relatou nenhuma delas? Porque nós podemos saber DO QUE tratavam. Assim vejamos:
          Para um servo do Senhor , familiarizado com as Escrituras, não será difícil a resposta, uma vez que entenda que tudo que existe foi criado por Deus  para o louvor da Sua glória. E a glória de Deus é revelada em Jesus Cristo. Jesus é Deus, a segunda pessoa da Trindade.  O propósito de Deus em salvar a igreja é exatamente este. Portanto estas palavras estão focalizando “...a glória de Deus na face de Cristo? Onde encontramos a Jesus, no dia de Pentecostes?
           Antes de prosseguirmos (na busca da resposta desta pergunta) é necessário recordar qual é a obra do Espírito Santo no PLANO da redenção da igreja. Os que falaram estavam “cheios do Espírito Santo”, e assim são GUIADOS,  MOVIDOS, pelo Espírito Santo. Ora, nós sabemos que a OBRA do Espírito Santo é, e sempre será: NOS REVELAR “o Cordeiro de Deus”, Jesus Cristo (I Pe 1.10-12). Sempre onde o Espírito Santo se manifesta, Ele nos revela a Jesus Cristo (Jo 16.13-14). Portanto, os que falaram em Pentecostes movidos pelo Espírito Santo, “falaram...das grandezas de Deus” COM RESPEITO a Jesus Cristo. E onde está o Senhor Jesus,no dia de Pentecostes, para o Espírito Santo no-Lo revele?
          A resposta nos é bem conhecida: “...assentou-se à direita da Majestade nas  alturas” (Hb 1.2).  Jesus completara  de TOMAR POSSE sobre todas as hostes angelicais de Deus. COMO REI. Após a Sua ASCENSÃO até o dia de Pentecostes se passaram DEZ dias. Durante estes dias foi entronizado no céu como rei de todas as hostes angelicais de Deus. Aqui está Jesus, no dia de Pentecostes! Ao encontrarmos a Jesus encontramos a resposta da Pergunta: “Sobre quais grandezas de Deus falaram?” Não sabemos quais palavras disseram, porque Lucas não nos relata, mas  o ASSUNTO destas grandezas foi exatamente este: “Jesus está à direita da Majestade. Ou seja, o HOMEM RESSURRETO Jesus Cristo, é agora o REGENTE de Deus, com toda autoridade de Deus, nos céus e na terra” (Hb 2.5-9; Mt. 28.18). Este é o assunto falado e ouvido simultaneamente, sem tradutores, em quinze idiomas diferentes. Importa-nos destacar que a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos, no dia de Pentecostes foia PRIMEIRA OBRA de Jesus sobre os discípulos, como rei celeste entronizado (veja  Jo 16.7 e At 2.33).

domingo, 20 de janeiro de 2013

Estavam, pois atônitos...


Atos 2.7: “Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando?”

           Ficamos atônitos diante de uma admiração muito intensa que nos deixa sem ação, paralisados  Com toda certeza, se nós estivéssemos lá e ouvíssemos aquela gente falando o nosso português, enquanto um argentino ao nosso lado os ouvia em espanhol, teria esta mesma admiração. Principalmente porque todos sabiam quem eram aqueles que falavam ...”GALILEUS”.

  Atos 2.8: “E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?

          O grupo dos falantes era  formado por galileus. No entanto, os ouvintes indagam  “como os ouvimos falar, cada um na nossa própria língua materna?” Se ali, na multidão estivesse um brasileiro, escutaria tudo em português. Se houvesse um francês, os ouvia em francês. Um alemão, naquele mesmo instante, ouvindo os mesmos falantes, escutaria tudo em alemão. Creio que não restam dúvidas, pois se ali estivesse um japonês, que nada conhecesse da língua daqueles galileus, não ficaria “por fora”, certamente ENTENDERIA tudo no seu japonês.
          É certo que lá não tinham brasileiros, nem japoneses, mas vejamos quantas nacionalidades se faziam presente:

  Atos 2.9: “Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia...”

           A lista prossegue,  mas quero fazer um comentário.Entendo que tanto os judeus quanto os galileus tinham por idioma a língua hebraica. Então, por que aparece aqui o natural da Judeia, como ouvintes  daqueles galileus? A resposta é simples: “Ainda que falassem a mesma língua, possuíam modos típicos de falar. (Veja Mt 26.71,73).  È semelhante ao que acontece aqui no Brasil, quando se encontram um cearense e um gaúcho.  Ambos falam o português, mas ao seu próprio modo. Em breves palavras, se aquela assembléia  não fosse de galileus, mas de cearenses, eu os ouviria em meu português sulista.
Eis a maravilha operada por Deus: Quem falava era ouvido, ao mesmo tempo, sem tradutores, na língua de cada nação representada. Caso você lá estivesse e ouvisse Pedro falando, ou que tivesse sido André ou  Bartolomeu, você os escutaria em tua própria língua; sem se preocupar se você é natural do Ceará ou Paraná? O que HOJE não deve acontecer é deixarmos de ouvir este TESTEMUNHO claro que o Espírito Santo está dos dando por meio das Escrituras. Os autores das Escrituras, neste caso Lucas, escreveram movidos pelo Espírito Santo. E ESTE testemunho é fiel e nos mostra  o que aconteceu em Pentecostes.
          Contamos até aqui OITO diferentes “línguas” das nações daquela época; mas há mais...

  Atos 2.10: “da Frígia e Panfília, do Egito e das regiões da Líbia nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem,”

          A lista termina no v.11, mas temos uns comentários. Lucas, que é o autor deste livro de Atos e do evangelho que leva o seu nome, se mostra um acurado investigador, como se diz ser (Lc 1.3).  Cada nome aqui anotado, com certeza o tomou daqueles “...judeus homens piedosos” que presenciaram estas maravilhas; ou de quem fielmente o transmitiu (id. Lc 1.3). Devido a um ou alguns judeus vindos da Líbia é que escreveu”...e das regiões da Líbia nas imediações de Cirene”. E este versículo termina com esta citação “...e romanos que aqui residem”.