V. 14 “Por que
se eu orar em outra língua o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica
infrutífera”.
V. 15 “Que
farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com
o espírito, mas também cantarei com a mente”.
V. 16 “E, se tu
bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém, depois da tua ação
de graças? Visto que não entendes o que dizes.”
V. 17 “porque
tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edificado”.
Estes vs. 14-17, entendo, formam um
bloco; conduzindo uma ideia (=v.14) e desenvolvendo-a (=vs. 15-17). Antes de descobrir o que Paulo trata neste
bloco fazia a maior confusão. Muita
coisa ali me soava fora de lógica. Mas esse bloco é o fechamento do que trata
desde o início do capítulo. E qual é o seu tema? Seu tema é a edificação da igreja onde há irmãos de diversas nações,
falando apenas suas línguas de origem. Isto torna necessário vencer esta
barreira de comunicação, para que cada um entenda o que os outros dizem. Iniciou
o capítulo dando o maior apoio para “quem
fala em outra língua”, aprovando que assim orem (v.2), e assim se edifiquem
(v.4). Deseja que todos aprendam a falar em outras
línguas (v.5); mas aponta um possível mau uso de falar em outras línguas
(v.6). Quer que quem fala seja em qualquer língua,dê sentido claro às palavras
que pronuncia (vs. 7-9). Mostra que toda língua tem sentido (v.10). Mostra que
aqueles que falam línguas diferentes são estrangeiros entre si (v.11). Mostra
que o propósito do dom de línguas é a edificação da igreja (v.12). E quem fala
apenas a sua língua estrangeira, deve pedir ao Senhor para que o capacite
entender a língua comum falada na igreja (v.13). Agora nos diz:
V.14 “Por que se eu orar em outra língua o meu espírito ora de fato, mas a
minha mente fica infrutífera...” A depender como se interpreta este
versículo, Paulo estaria a dizer um completo absurdo. E, se estivesse aqui
entre nós, ficaria horrorizado de atribuirmos ter ele ensinado tal coisa. E
esta interpretação errada é supor que Paulo está ensinando que “o meu espírito” e a “minha mente” são partes separadas no meu
entendimento. Ou seja, que eu posso entender alguma coisa apenas com o meu
espírito enquanto a minha mente nada entende. Voltando ao versículo seria
interpretar que está ensinando que alguém que ora em outra língua, no seu espírito SABE o que diz, mas a sua mente NÂO SABE o que diz.”
Isto equivale a dizer que eu tenho em
mim DUAS sedes de inteligência: “numa eu conheço, noutra não conheço.” Se assim
se deve interpretar este versículo, digo que Paulo ensinou loucura; mas longe disto.
Nossa operação do nosso espírito por meio do nosso cérebro. Lembro que dentro da minha cabeça tenho apenas uma sede
de entendimento: “Se sei alguma coisa, sei. Se “não, não.” Impossível que eu
entenda alguma coisa e ao mesmo tempo não. Portanto neste v.14, ou há um erro
de tradução (não é o caso) ou devo procurar outro sentido ao que diz. Mas longe
de mim, imaginar que Paulo está dizendo que posso entender alguma coisa com meu
espírito e com minha mente ignorar. Todos nós temos apenas a cabeça para pensar, e nossa
mente é sede única onde pensamos. Sendo nossa mente a operação do nosso
espírito por meio do nosso cérebro, não há como separar meu espírito da minha
mente; é a mesma coisa.
Continua...